Apoie a transição agroecológica: enfrentar as mudanças climáticas com comida de verdade
MPA organiza financiamento coletivo para garantir oficinas de transição agroecológica de norte a sul do país; saiba como ajudar
No Brasil, a agenda de enfrentamento às mudanças climáticas e a superação da fome encontram na transição dos sistemas alimentares o seu principal eixo articulador. A agroecologia é a grande chave para incluir milhões de famílias camponesas na produção sustentável de alimentos, promovendo práticas agropecuárias de baixo carbono, protegendo a biodiversidade, as fontes de água e ampliando a oferta de comida de verdade, diversificada e nutritiva para o povo brasileiro.
Essa visão orienta a luta do Movimento dos Pequenos Agricultores, o MPA, nos territórios, no diálogo com a sociedade e na disputa junto ao estado brasileiro para a formulação de políticas públicas capazes de massificar a agroecologia e o abastecimento popular de alimentos.
Neste ano, com apoio e participação do cientista Sebastião Pinheiro, uma das maiores autoridades em agroecologia na América Latina, o MPA retoma a realização de cursos e atividades para massificar a transição agroecológica. “Já realizamos algumas oficinas com Sebastião Pinheiro no ano passado, para experimentar este formato, a ideia é que possamos multiplicar estas oficinas para alcançar mais famílias camponesas”, explica Elielma Barros, do Coletivo de Soberania Alimentar.
A transição agroecológica massiva e a oferta de comida de verdade para os que mais necessitam são possíveis de serem realizadas. Elielma lembra outros exemplos de ações realizadas pelo MPA em torno da transição agroecológica massiva.
Um exemplo é a Cooperbio no Rio Grande do Sul. Com o apoio do Programa Camponês, política pública executada entre 2013 e 2014, a Cooperbio colocou mais de 1 mil famílias em transição agroecológica, distribuindo mais de 50 mil toneladas de remineralizadores de solo (pó de rochas), adubos orgânicos, biofertilizantes e implantação de mais de 400 agroflorestas.
Outra iniciativa apresentada é o Mutirão Contra Fome, organizado pelo MPA em 2021 em meio a pandemia da Covida-19, doando mais de 4 mil toneladas de alimentos em benefício de 70 mil famílias moradoras de comunidades da periferia e, através da rede Raízes do Brasil, comercializou a preço justo mais de 300 mil cestas de alimentos agroecológicos.
O plano é chegar em todos os biomas brasileiros
A primeira fase ocorrerá entre os meses de junho e novembro deste ano, nos estados do Pará, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Piauí, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. O objetivo é realizar 11 cursos, envolvendo 700 famílias camponesas, visando alcançar mais de 5.000 hectares de terras agricultáveis.
Segundo a organização, nos cursos, os camponeses e camponesas irão desenvolver práticas agroecológicas tais como: conservação e reprodução de sementes crioulas, produção de fertilizantes orgânicos e biofertilizantes, remineralizadores do solo, caldas minerais, microrganismos eficientes entre outras e aprenderão a fazer bioanálise da vida do solo a partir da cromatografia Pfeiffer. Os conteúdos e práticas dos cursos são adaptados para cada contexto, potencializando os recursos ecológicos e socioeconômicos dos territórios.
“Outro objetivo é criar espaços de diálogo nas comunidades, cidades, escolas, institutos e universidades, a fim de debater com diferentes setores sociais, sobre os problemas da fome e das mudanças climáticas, assim como, apresentar as alternativas estratégicas que o movimento propõe”, apresenta Elielma. Ao final desta primeira fase, o objetivo do coletivo é alcançar 3.000 pessoas, por meio das diferentes ações desenvolvidas.
Saiba como ajudar
Se você quer ajudar o MPA a massificar a transição agroecológica e enfrentar as mudanças climáticas protegendo a biodiversidade dos biomas com comida de verdade, você pode contribuir com o financiamento coletivo a partir da Vakinha Virtual, além, é claro, de divulgar e compartilhar as produções do Movimento nas redes sociais.