"A Amazônia está no foco da busca perversa do capital para aumentar seus lucros"
Camponesas, ribeirinhas, indígenas e quilombolas se reúnem em Porto Velho (RO) para debater a soberania de seus territórios amazônidos
Atendendo ao chamado global d’La Via Campesina que convocou para o Dia Internacional da Mulher Trabalhadora ações de solidariedade e de denúncia à dimensão patriarcal e racista do capitalismo, as mulheres das organizações camponesas de Rondônia iniciaram hoje, 07 de março, em Porto Velho, o Acampamento das Mulheres da Via Campesina. Com o tema ‘Camponesas da Amazônia em luta pela vida e soberania, contra a fome e a violência’, o acampamento culminará em um grande ato unitário amanhã, 8 de março.
A chegada de cerca de 200 mulheres aconteceu ontem, para que as atividades já acontecem logo cedo da manhã desta terça-feira. Além de militantes e dirigentes do Movimento dos Pequenos Agricultores, também há presença das companheiras do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, o MST, do Movimento dos Atingidos por Barragens, e também participação das companheiras migrantes indígenas da Venezuela, acompanhadas pela Cáritas e Comissão Pastoral da Terra. Professoras e estudantes da Universidade Federal de Rondônia também participam.
A programação iniciou com uma análise de conjuntura internacional sobre como o capitalismo financeiro tem avançado de forma violenta sobre os territórios camponeses, indígenas, quilombolas, ribeirinhos na região da Amazônia. “A Amazônia está no foco da busca perversa do capital para aumentar seus lucros, há expulsão o povo de seus territórios seja pela exploração do minério, da água, da madeira, ou pelo próprio agronegócio com a produção de soja”, alerta Leila Denise, da direção do MPA em Rondônia. Segundo Leila, a análise de conjuntura abordou a forma como essas investidas tem afetado a vida das mulheres.
“Com a chegada desses projetos de morte há o aumento da violência, de doenças, da miséria, da fome, do desemprego, exploração do trabalho e também exploração sexual das crianças e das mulheres”, apresenta Leila. “Esse avanço traz uma presença muito grande de homens, o que faz aumentar, devido à cultura patriarcal, a prostituição, os abusos sexuais e as violências”, acrescenta.
Leia mais no site do MPA Brasil e veja a nossa galeria de imagens.